Abri os olhos... Foi como se uma venda tivesse caído.
Como se estivesse olhando para mim do lado de fora do meu corpo.
Como se acordasse de um porre e, enfim, enxergasse a realidade.
Desesperadamente quis voltar a dormir... Deixe-me voltar a dormir!
Chovia lá fora e dentro de mim... Chovia dentro de mim... E estava escuro... Escuro...
Lágrimas ácidas escorriam sobre minha face... Queimando-me... Queimando-me...
Eu lembrava dos sorrisos de ontem como algo distante, ilusório, dopado.
Eu percebi que havia sorrido, sonhado e vivido... sozinha.
O barulho da chuva ensurdecia-me, afogando meus sentimentos tolos.
As lágrimas alimentavam-me com o gosto da verdade.
E como num gesto de loucura comecei a me deliciar com elas... Elas eram reais... Reais!
Eram quentes, puras, transparentes - como eu desejava que fossem muitas coisas da vida.
Deixei, serenamente, que lavassem minha alma e provocassem uma espécie de despertar .
Despertar para um novo dia onde tudo o que parecia igual estaria completamente diferente.
Como se eu estivesse abrindo uma nova porta...
De alma lavada e sustentada pela pílula da esperança.
Como se eu estivesse abrindo uma nova porta...
De alma lavada e sustentada pela pílula da esperança.
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