sábado, 12 de setembro de 2009

Prestação de contas


Tinha ele imensa cobiça de amar
De sentir os inexplicáveis fogos
Que explodiam num ser perplexo
Arrebatado por tal presente.

Duvidava do que sentia
Portanto nada existia
Amor é certeza e alegria
Deixa cego e vicia.

A imprecisão o fez jurar
Sentir algo que não sabia
A alguém que mal conhecia
Para fugir dessa agonia.

Mas o amor requer tempo
Paciência, coragem e primazia.
Não há espaço para covardia
Não se constrói nada da noite pro dia.

Certa de sua hesitação
Ao vê-lo meter os pés pelas mãos
Até foi capaz de lhe dar o perdão
Na esperança de que seu coração
Ainda tivesse salvação.

Teve não
Porque só os guerreiros
Homens e mulheres verdadeiros
Sabem se doar por inteiro.

Resta à maioria o faz-de-conta
O sorriso amarelo no retrato
Dividir as contas do mês
E prestar contas ao estado burguês!

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